sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Ficção Científica

Ficção Científica



   Ficção Científica costuma ser definida como um gênero literário que engloba histórias fictícias, mas que se propõem a fantasiar sobre algo possível, mesmo que não o seja no presente. Entretanto, a ficção científica pode estar presente em histórias, filmes, livros e etc. que pertencem a outro gênero como romance, terror, ação. Basta considerar os sucessos de Hollywood como Alien e Predador classificados como filmes de terror, mas que apresentam muita ficção científica.
   Seja como for, os precursores da ficção científica foram, sem sombra de dúvidas: H. G. Wells e Júlio Verne que disputam páreo a páreo o título de “pai da ficção científica”, e Mary Shelley, a mãe inconteste deste gênero que exige cabeças abertas e zero preconceito para a apreciação de novas e ousadas idéias.
Foram de H. G. Wells, por exemplo, as primeiras histórias sobre viagens no tempo (A Máquina do Tempo), invasões extraterrenas (A Guerra dos Mundos) e super heróis (O Homem Invisível), embora este último tipo de histórias se confunda um pouco com as ficções fantásticas (quando o roteirista ou escritor, com todo direito, “viaja na maionese” e cria histórias ou situações que, comprovadamente, não podem ser reais, ou onde, pelo menos, não há a preocupação de afirmar a viabilidade real destes acontecimentos) e tenha suas raízes em histórias mitológicas como as de Hércules. Júlio Verne, por sua vez, inaugurou as histórias sobre viagens para fora da terra (Viagem a Lua) e viagens espetaculares aqui mesmo, na terra (Viagem ao Centro da Terra ou Vinte Mil Léguas Submarinas), e Mary Shelley, as histórias sobre criaturas especiais ou monstrengos (Frankenstein).
   H. G. Wells parece ganhar o páreo com maior número de influências, mas é que Verne chegou primeiro. De qualquer forma, o fato é que a ficção científica está sempre lado a lado com a ciência. Em 1865, por exemplo, Júlio Verne levou o homem à lua. Assim como a NASA fez em 1969 com Neil Armstrong.
   O termo “ficção científica” surgiu em 1929 das idéias de Hugo Gernsback, o mesmo que criou a lendária “Amazing Stories”, uma publicação especializada que ganhou até uma série homônima na televisão. Na década de 50 o termo “Sci-Fi”, abreviaturade “science fiction”, ganhou fama nos EUA.

Fonte: http://www.infoescola.com/generos-literarios/ficcao-cientifica/



Subgêneros


Hard SciFi: algo como ficção científica pura, pois trata de uma ciência pura, fortemente baseada na ciência experimental. Caracteriza-se por ser detalhista e mais real. Alguns autores hoje trabalham com a Hard em estrelas de nêutrons, projetos imensos com tecnologia avançada mas plausível. Em geral, a condição humana não é o foco.

Soft SciFi: ao invés de focar na ciência pura e experimental, a Soft tem foco nas relações entre as pessoas, nos sentimentos e na interação entre elas, enquanto a ciência não tem tantos detalhes.

Social SciFi: foca na sociedade humana, nas complexidades de suas interações e menos em tecnologia, podendo acontecer na Terra ou fora dela.

Cyberpunk: Tem um visual noir, quase gótico, com histórias policiais, muitas delas centralizadas na Terra e não fora, trabalhando com humanos. Em geral as sociedades são altamente dependentes da tecnologia e a acoplam em seu corpo. Personagens marginalizados, no formato anti-herói são comuns, sendo um gênero quase que de protesto contra as sociedades utópicas do estilo Jornada nas Estrelas, uma espécie de contra cultura, com muito eletrônico, sujeira tecnológica e personagens moralmente ambíguos. O melhor exemplo deste gênero é Neuromancer, de William Gibson.

Biopunk: onde existe toda uma biologia sintética, baseada em genética e transgenômica; diferente do cyberpunk em que eles alteram seus corpos com a tecnologia da informação, os biopunks alteram pela mutação genética.

Steampunk: uma ficção científica no passado, com tecnologia baseada em máquinas a vapor, visual vitoriano, noir e romântico, como se voltasse às raízes de Mary Shelley e Júlio
Verne.

Dieselpunk: uma ficção científica no passado próximo, baseado em tecnologias movidas a
combustível, como o diesel. Seu visual é, especialmente, baseado no período entre grandes guerras mundiais.

Pós-cyberpunk: surgido nas últimas duas décadas, onde a diferença é que os personagens são pró sociedade e não seus párias.

Distopia: É o contrário das utopias, aquelas sociedades perfeitas e sem desigualdade. Uma ficção científica distópica tem como principais características o totalitarismo, ditaduras, perseguições políticas, um controle excessivo da máquina estatal sobre a sociedade. Elas são muito próximas da sociedade atual e agem como uma ferramenta de crítica ao estilo vigente de controle da mídia e do consumo.

Pulp Fictions: É uma ficção científica feita em revistas cujo papel é de baixa qualidade (de polpa de celulose, por isso pulp). São tidas com entretenimento rápido, divertidas, algumas absurdas, ou de qualidade duvidosa. Foram as precursoras das séries de televisão, visto que foram a principal diversão dos jovens nos anos 40 e 50. Com o aumento nos custos na produção de papel, este tipo de ficção científica quase desapareceu, mas sobreviveu nas histórias em quadrinho atuais e em edições de menor formato.

Space Opera: São as novelas espaciais. Este gênero enfatiza a aventura romântica, cenários exóticos e personagens épicos, muitas vezes recheados de personagens sensuais e alienígenas. Em geral, se situam em planetas distantes, mas o início foi marcado por paisagens exóticas na Terra, como na África, com um estilo de Velho Oeste. É comum neste gênero as leis da física serem ignoradas ou quebradas, recheadas de ação e combates. Ela enfatiza principalmente as viagens espaciais, como Stargate Universe, e pode ser confundida muitas vezes com o romance planetário, que por sua vez se concentra em um planeta específico ou que contenham civilizações esquecidas.

Apocalíptica e pós-apocalíptica: Aqui existem dois tipos. A Apocalíptica se concentra no fim da civilização por motivos diversos (pandemia, impactos de meteoros, catástrofe nuclear ou cibernética, desastre ecológico ou algum outro tipo de evento). E por motivos óbvios, o pós-apocalíptico é o que acontece com a sociedade depois da catástrofe e como ela vai se reconstruir, focando nos personagens, no impacto da destruição sobre os sobreviventes. Às vezes há uma fusão deste gênero com as Distopias e ficaram populares com o clima gerado pela Segunda Guerra.

Dying Earth: Terra agonizante numa tradução livre, algo como fim da Terra numa tradução menos precisa, pois envolve o fim do planeta, em geral num futuro muito distante, onde não há mais esperança em geral porque as leis da Física foram quebradas ou algum evento altamente catastrófico, como a explosão do sol não pode ser evitada. É um dos tipos mais antigos de ficção científica, explorando a relação entre as pessoas e os sentimentos contraditórios causados pelo evento iminente.

Ficção Científica Mundana: É um gênero recente, citado pela primeira vez em 2002 por um movimento de escritores. O enredo se passa na Terra ou perto dela, sendo baseadas na ciência vigente no momento em que foram escritas. Características comuns na ficção científica como viagens espaciais, colonização de planetas, alienígenas, guerras espaciais e etc., não são exploradas neste subgênero. websérie Pioneer One se encaixa neste estilo.

Viagens no tempo: Um gênero já antigo e cristalizado na ficção científica, podendo ser encontrado no início das obras, em especial com H. G. Wells e com Charles Dickens. Gira em torno do conceito de que é possível viajar entre pontos diferentes do tempo e espaço, enviar pessoas e objetos, alterando assim o passado e consequentemente o futuro. Em geral possui algum dispositivo de viagem no tempo, uma máquina, e pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal.

Ficção Científica MilitarSubgênero onde os principais personagens são militares ou existe uma guerra de grandes proporções acontecendo no espaço ou em planetas que não sejam a Terra, bem longe dela normalmente. É bastante semelhante aos ambientes das grandes guerras humanas, onde países são substituídos por planetas inteiros e os cenários são grandiosos, com imensas naves e bombardeios. O senso do dever, a honra das patentes, a defesa da pátria são comuns. Um exemplo deste gênero é o jogo para PC Starcraft.

Superheróis: Este é um subgênero muito comum e que teve sua origem nos quadrinhos e nos pulp fictions. Um ser, em geral de outro planeta, tem como objetivo proteger o público e a raça humana. Alguns são terrenos e foram modificados genética ou fisicamente, como o HomemAranha e o Wolverine. Podem ter ou não superpoderes, como o Batman, mas se apóiam na ciência e na tecnologia para cumprir seu dever, combater o crime e manter a ordem, em geral tendo inimigos tão poderosos quanto eles. Possuem roupas e equipamentos customizados, um quartel general, uma história trágica no passado, uma fraqueza que pode ser explorada e uma namorada, viva ou não, que não entende sua condição.

Alienígenas e mundos aliens: Também chamado de exobiologia, lida com ambientes extraterrestres, com seres inteligentes ou não, tendo contato com humanos para o bem ou para o mal, vindo ou não à Terra ou humanos encontrandoos em missões e viagens pelo espaço profundo. É possível encontrar o subgênero relacionado a outros. Ganhou importância com os eventos dos OVNIs e do Caso Roswell, no Novo México, EUA, em 1947.

Colonização: É muito comum vermos enredos, como Defiance, onde a Terra é colonizada ou ocupada por aliens. Mas este subgênero fala de missões de colonização humanas para outros mundos, que relatam as dificuldades de se ocupar novos locais. Vários motivos levam à colonização como problemas ambientais, aquisição de recursos, ameaças de extinção, pura exploração e descoberta científica.

Cli-fiEste é um subgênero recente. Ele surgiu decorrente das mudanças climáticas globais, enfatizando aquelas que seriam supostamente causadas pela ação antropogênica, ou seja, pela ação humana. Os autores costumam situar seus enredos no presente e no futuro, mas também existem enredos desenvolvidos no passado, entrelaçados com o Steampunk. Também existem aqueles que questionam se estas mudanças estão acontecendo de fato ou não.

AfrofuturismoOutro subgênero recente, que combina elementos de ficção científica, ficção história, fantasia, afrocentricidade e realismo mágico com as cosmologias não-ocidentais, de uma maneira a criticar os dilemas atuais das pessoas de cor. É também uma maneira de revisar, interrogar e reexaminar os eventos históricos importantes do passado, como a Diáspora Negra. Um bom exemplo de autora afrofuturista foi Octavia Butler.

Ficção Científica FeministaComo a ficção científica é um gênero majoritariamente criado por homens para um público também masculino, surgiu nos Estados Unidos uma vertente encabeçada por mulheres como Octavia Butler, Ursula K. Leguin, que pretendia quebrar essa hegemonia e tratar da ficção científica por uma perspectiva feminina. Infelizmente, isso também abriu a oportunidade para que obras misândricas surgissem, ou seja, aquelas que subjugavam o gênero masculino, subvertendo o sentido moderno de feminismo que é o fim do machismo e do sistema patriarcal.

Fonte: http://www.momentumsaga.com/2011/04/afinal-o-que-e-ficcao-cientifica.html



:) Abraços e ateh o próximo post.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Perfil de Autores: J. R. R. Tolkien

John Ronald Reuel Tolkien


   Sir John Ronald Reuel Tolkien 03/01/1892 – 22/09/1973) foi um escritor inglês, poeta, filologista, e professor de universidade, conhecido por ser autor das célebres e clássicas obras de fantasia O HobbitO Senhor do Anéis e O Silmarillion. Filho de pais ingleses, Tolkien nasceu na cidade de Bloemfontain na África do Sul, e, depois de ter perdido o seu pai, ele, juntamente com a sua mãe e o irmão, mudou-se para Inglaterra. Ali, Tolkien concorreu a uma vaga na Escola King Edwards em Birmingham, tendo sido aceito numa segunda tentativa. Quando criança, Tolkien foi mordido por uma grande aranha no jardim, um acontecimento que teria mais tarde ecos em suas histórias. Antes de sua morte, Mabel, a mãe de Tolkien, que havia lhe introduzido ao mundo de contos de fadas, e a outras línguas como o latim, já havia entregado a guarda de seus filhos para Francis Morgan, que foi encarregado para dar aos meninos uma sólida educação católica.
  Na sua residência em Edgbaston, Tolkien estava perto de uma fábrica que possuía duas torres imensas, que podem ter sido influência para as torres da série O Senhor dos Anéis. Desde a morte da mãe, o rapaz dedicou-se aos estudos demonstrando grande talento lingüístico. Estudou grego, latim, línguas antigas e modernas, como o finlandês, que serviu de base para criação do idioma élfico Quenya e o galês, base para o outro idioma élfico, o Sindarin. Em 1905 os órfãos mudaram-se para a casa de uma tia em Birmingham. Em 1908 deu início à carreira acadêmica, ingressando no Exeter College, da Universidade de Oxford.
   Em 1914, ano em que começou a Primeira Guerra Mundial, Tolkien se tornou noivo de Edith Bratt. E, no ano seguinte, mesmo recebendo com honras o diploma em Literatura de Língua Inglesa, ele não conseguiu escapar da convocação militar, e em 1916, depois de casar-se com Edith Bratt, ele foi enviado à guerra. Conseguiu sobreviver à Batalha do Somme, em uma mal-sucedida campanha na França, onde mais de 500 mil soldados foram mortos. Em 1917 nasceu o seu primeiro filho, e no ano seguinte, J.R.R.Tolkien foi enviado de volta à Inglaterra, por ter contraído tifo. Foi nesse período de dispensa em que começou a escrever o Livro dos Contos Perdidos (The Book of Lost Tales), que mais tarde teria seu nome mudado para O Silmarillion, em 1919, quando Tolkien conseguiu retornar para Oxford.
   Com o fim da Primeira Guerra Mundial, Tolkien iniciou verdadeiramente seu trabalho acadêmico, com um cargo de professor universitário, se tornando um respeitadíssimo filólogo, se tornando especialista em diversas línguas antigas e modernas. Pouco depois, foi convocado para realizar o projeto do New English Dicitionary, onde pôde demonstrar todo o seu domínio sobre os idiomas de anglo-saxões, e dos episódios e princípios da gramática comparada das línguas germânicas. Depois do nascimento de mais dois filhos, Tolkien concluiu e publicou seu primeiro livro em 1925, com a colaboração de E. V. Gordon: Sir Gawain and the Green Knight, baseado em lendas folclóricas inglesas.
   Em 1926, Tolkien e C. S. Lewis fundaram o grupo The Coalbiters, que se dedicava à literatura nórdica, como Beowulf e o Kalevala. Os outros membros dessa pequena sociedade eram R. M. Dawkins, C. T. Onions, G. E. K. Braunholz, John Fraser, Nevill Coghill, John Bryson, George Gordon, Bruce McFarlane.
   A idéia de seu primeiro grande sucesso literário, O Hobbit, surgiu em 1928, quando Tolkien estava a examinar alguns documentos e outros papéis de alunos que pretendiam ingressar na Universidade e Tolkien contou que, ao encontrar uma das páginas totalmente em branco, escreveu nela “Num buraco no chão vivia um hobbit”, e foi a partir desse evento que lhe deu a ideia de começar a escrever o livro, dois anos depois, tendo abandonando-o pouco tempo depois. Algum tempo depois, a Reverenda Madre de Cherwell Edge teve acesso aos manuscritos de O Hobbit, que os repassou a Susan Dagnall, uma outra acadêmica de Oxford, que trabalhava para a Editora Harper Collins. Os donos da editora se disseram ficar maravilhados com aquela história, e encorajaram Tolkien a concluir o livro, que, foi publicado, finalmente, em 1937, nove anos depois do evento da página em branco.


   A história de O Hobbit –que contava as aventuras da criaturazinha hobbit, Bilbo Bolseiro, que esteve numa memorável aventura na Terra Média ao lado do feiticeiro Gandalf e mais treze anões– foi tão aclamada pela crítica, que Tolkien foi logo consultado pela editora para que ele escrevesse um novo livro. Tolkien ofereceu O Silmarillion, que ele considerava a sua maior obra, mas a editora recusou, preferindo que ele desse continuidade à história que havia criado em O Hobbit. Tolkien aceitou a proposta, e deu início à sua obra mais importante, que consumiria doze anos de sua vida, desde os primeiros rabiscos até a sua conclusão, mas que o faria um dos mais importantes escritores de todos os tempos: O Senhor dos Anéis.
   Depois de diversas discussões com a editora, e muitos atrasos, em 1954, são publicados os dois primeiros volumes, A Sociedade do Anel e As Duas Torres. Em 1955, foi publicado O Retorno do Rei, o terceiro e último que finalizara a formidável trilogia. A idéia original era lançar a obra toda num único volume, mas para baratear os custos de impressão, foi dividida em três volumes. Com O Senhor dos Anéis, Tolkien consolidou a criação do seu universo fantástico, com a criação de Arda, um lugar mágico, povoado por seres fantásticos, como os Valar, os Maiar, além de hobbits, elfos, anões, trolls, orcs. Inicialmente o livro não foi muito bem aceito na Inglaterra, principalmente pela crítica, tendo ganhado o status de excelência, que tem hoje, apenas nos anos 1960, quando ele caiu nas graças de universitários americanos. Por fim, a notoriedade de Tolkien nos Estados Unidos passou a lhe trazer diversos transtornos, como visitantes e ligações inconvenientes.


   Enquanto desenvolvia O Senhor dos Anéis, se aprofundou ainda mais na sua paixão pelos idiomas. Logo cedo se tornou um grande conhecedor de grego e latim, e espanhol, posteriormente. Depois veio o italiano e o francês, que ele não gostava nem um pouco. Além do inglês, ele conhecia cerca de dezesseis outros idiomas (além daqueles criados por ele mesmo): grego antigo, latim, gótico, islandês antigo, sueco, norueguês, dinamarquês, anglo-saxão, médio inglês, alemão, neerlandês, francês, espanhol, italiano, galês. Mas a língua que mais o encantou foi mesmo o finlandês, e usou sua gramática, junto com a galesa, como base para as línguas que mais tarde apareceriam em seus livros, muitos nomes relatados nos seus livros foram tirados do idioma islandês, como Gandalf, por exemplo. Foi baseado nestas línguas que Tolkien começou a desenvolver seu mundo. Para ele, primeiro vinha a palavra, depois a história. Ele criou um mundo onde suas línguas pudessem ser aprendidas e faladas, e também criou diversas lendas e contos para rodeá-las, que serviriam para perpetuar as línguas que ele criara.
   Tolkien criou várias línguas (como o Khûzdul e o Valarin), mas nenhuma tão complexa e elaborada quanto as élficas. Também desenvolveu alguns sistemas de escrita, os sistema de runas angerthas e as tengwar.
   O mundo da literatura recebeu uma profunda influência de Tolkien. Ele ajudou a dar trilhos ao gênero chamado “fantasia moderna”. Também, o cinema (principalmente a trilogia "O Senhor dos Anéis" e "O Hobbit"), a música, jogos (como o RPG Dungeons and Dragons), os desenhos animados, as histórias em quadrinhos e sofreram inúmeras influências do escritor. Muitos autores também criaram seus mundos próprios diretamente influenciados por Tolkien, que foi o elemento-chave para a ficção científica de Duna (de Frank Herbert), e para a fantasia de A Cor da Magia (de Terry Pratchett). Além dos recentes Ciclo da Herança (de Christopher Paolini) e Artemis Fowl (de Eoin Colfer), entre tantos outros.


   A influência de Tolkien também pode ser sentida nas artes plásticas. Pintores como John Howe, Roger Garland, Ted Nasmith, Alan Lee, Tim Kirk e os irmãos Hildebrandt entre muitos outros, figuram em enciclopédias ilustradas e centenas de galerias de imagens na Internet. Eles retratam com primazia várias passagens dos livros. A obra do autor também marcou profundamente a música, principalmente estilos como o hard rock, new age e braços do heavy metal. Milhares de canções de bandas como Led Zeppelin, Blind Guardian, Rush, Jethro Tull, e outras, são creditadas como de alguma forma associadas às obras de Tolkien.
   Recebeu o diploma de Doutorado Honorário em Letras da Universidade de Oxford em 1972, e, posteriormente, conseguiu seu último e mais respeitável título: o da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth, se tornando, então Sir John Ronald Reuel Tolkien.
   No dia 28 de Agosto de 1973 Tolkien sentiu-se mal durante uma festa, e na manhã do outro dia foi internado, com úlcera e hemorragia. No sábado descobriu-se uma infecção no peito. Com 81 anos de idade, nas primeiras horas do domingo de dois de setembro de 1973, J. R. R. Tolkien morreu na Inglaterra. Enterrado junto à esposa, no Cemitério de Wolvercote, no túmulo feito de granito da Cornualha.
Fonte: http://www.infoescola.com/biografias/j-r-r-tolkien/


Obras de Tolkien publicadas no Brasil:

  • O Senhor dos Anéis: A sociedade do anel. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
  • O Senhor dos Anéis: As duas torres. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
  • O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. São Paulo: Martins Fontes, 1994. 
  • O Hobbit. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
  • O Silmarillion. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
  • Contos inacabados: de Númenor e da Terra-médiaSão Paulo: Martins Fontes, 2002.
  • Roverandom.  São Paulo: Martins Fontes, 2002.
  • Mestre Gil de Ham. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
  • Sobre histórias de fadasSão Paulo: Conrad Livros, 2006.
  • .As Cartas de J.R.R. Tolkien.  Curitiba: Arte e Letra, 2006.
  • As aventuras de Tom Bombadil. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 
  • Os filhos de Húrin. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
  • A lenda de Sigurd e GudrúnSão Paulo: Martins Fontes, 2010.
  • Cartas do Papai NoelSão Paulo: Martins Fontes, 2012. 
  • Sr. Bliss. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
  • Árvore e folha. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
  • A última canção de Bilbo. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
  • A queda de Artur. São Paulo: Martins Fontes, 2013.



Tolkien, o eterno pai da fantasia ;)

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Literatura Fantástica e o Gênero Fantasia



   Na literatura, gênero ancestral, os povos imprimiram as imagens míticas que, ao longo dos séculos, permaneceram vinculadas à fé e ao ponto de vista de cada um. As histórias mitológicas evoluíram lado a lado com a filosofia e a expressão linguística, retratando a vida das divindades, dos protagonistas heróicos e de nossos ancestrais, enfim, dos modelos que habitam os arquétipos humanos.
Aos poucos, porém, com o desenvolvimento das civilizações e do pensamento científico, o sagrado perdeu sua importância central na história da humanidade; mas foi justamente nos relatos literários que ele sobreviveu, alimentando as tradições populares, se metamorfoseando, mudando de endereço, adaptando-se a novas formas e identidades.
Desta forma surgiram as narrativas conhecidas como contos de fadas, histórias maravilhosas ou folclóricas. Na análise destas modalidades é possível encontrar os elementos míticos básicos, mesmo que, agora, eles não mais revelem sua essência sacralizada.
   A expressão ‘fantástico’ provém do latim ‘phantasticus’, termo que, na verdade, procede do grego ‘phantastikós’; os dois vocábulos têm o sentido de ‘fantasia’. Pode-se então definir a literatura fantástica como a narrativa que é elaborada pelo imaginário, por uma dimensão supostamente inexistente na realidade convencional.
   Isto porque a literatura, por mais que se tente alicerçá-la no mundo concreto, ela sempre alça vôo e se aproxima muito mais da imaginação e da ficção. O gênero fantástico está povoado de ingredientes improváveis, fantasiosos e atualmente desvinculados do cotidiano humano. Esta categoria narrativa está inevitavelmente associada aos acontecimentos maravilhosos, na opinião do escritor argentino Jorge Luis Borges.
   Embora os mitos, histórias folclóricas e contos de fadas sejam os elementos básicos da literatura fantástica, muitos englobam nesta modalidade as narrativas góticas, os relatos de terror, a ficção científica e os enredos que contenham doses de fantasia. Ainda inclusos neste gênero estão os sub-gêneros denominados RPGs – Role-Playing Games, jogos que envolvem encenações, nas quais cada participante interpreta um determinado papel, tendo como cenários esferas ligadas ao mundo da imaginação.
   A Literatura Fantástica revela-se no Classicismo, tanto nas expressões Líricas quanto nas criações Épicas. Durante a Idade Média as concepções cristãs e pagãs se defrontam também nas canções e na poesia dos trovadores. Nesta época surgem igualmente os ‘romances viejos’, os quais derivariam para a literatura cortês e as novelas de cavalaria.
Nestas obras medievais é possível encontrar sem maiores dificuldades os famosos ingredientes do fantástico – seres heróicos, bruxos, aparições, animais fabulosos, objetos ligados à magia, criaturas elementais, conectados aos quatro elementos: as ninfas, silfos, elfos, goblins, duendes, gnomos, os quais habitam o ar, a água, a terra ou o fogo.


Fantasia

   Segundo a definição do iDicionário Aulete, fantasia, enquanto gênero, significa “obra artística (livro, pintura etc.) sem ligação com a realidade”. Quando relacionada ao mundo das artes, a fantasia é considerada um gênero que faz uso da magia e de outros elementos sobrenaturais como peças importantes que permeiam uma obra. A fantasia distingue-se da ficção científica e do horror de três formas: temática individual do autor, atmosfera criada e aspecto geral.
   Apesar disso, existe uma grande sobreposição que ocorre com a junção do horror, da fantasia e da ficção científica. Este fenômeno é chamado de ficção especulativa. A fantasia é encontrada em obras de diversos tipos como quadros, filmes, romances, contos, músicas ou histórias em quadrinhos. Ela pode ser encontrada desde a época dos mitos e das lendas até as obras contemporâneas, em que ocorre a mistura de diversos tipos de elementos fantásticos.
   Na literatura fantástica, da mesma forma que ocorre na ficção especulativa, o universo criado ou os personagens diferem da realidade. Na maioria dos trabalhos, a fuga da realidade é, geralmente, explicada por intervenções de divindades, magia, forças ocultas ou sobrenaturais.
   Uma das correntes que certamente beberam das características da fantasia foi o Realismo Mágico, escola literária latino-americana. Nesta vertente, o universo fantástico funde-se com a realidade. Elementos irreais ou bizarros são apresentados como corriqueiros e habituais. Ao contrário da fantasia, em que o fantástico busca uma explicação, o Realismo Mágico insere elementos inexistentes sem a menor explicação e de forma intuitiva.
   Outra característica marcante do gênero fantasia é que o elemento fantástico não necessita de uma explicação científica ou tecnológica, podendo ser justificado por magia ou qualquer outro fenômeno fora da normalidade. Apesar de bastante aceito entre fãs e estudiosos do gênero, este argumento não é universal. Um exemplo que quebra esta regra são as histórias infantis, que, apesar de possuírem todos os elementos da fantasia, são consideradas em gêneros como fábulas, entre outros.
De acordo com Roger Caillois, sociólogo e crítico literário francês, o fantástico “manifesta um escândalo, uma ruptura, uma irrupção insólita, quase insuportável, no mundo real”, que desencadeia “uma desordem nova, um pânico desconhecido”, do qual resulta não possuir “sentido num universo maravilhoso, no qual seria mesmo inconcebível”. Já na opinião de Tzvetan Todorov, filósofo e linguista búlgaro, “o fantástico é a hesitação experimentada por uma criatura que não conhece senão as leis naturais, perante um acontecimento com aparência de sobrenatural”.

Fontes: http://www.infoescola.com/generos-literarios/literatura-fantastica/
http://www.infoescola.com/literatura/fantasia-genero/



Fantasia: Subgêneros


Alternate World: Envolvem mundos diferentes escondidos dentro ou em paralelo ao nosso. Antigamente, quando o planeta ainda não era totalmente mapeado, era possível encontrar histórias de terras misteriosas como no livro de Johnathan Swift, As Viagens de Gulliver. Depois, quando já tínhamos uma ideia mais concreta dos continentes, Lewis Carroll criou um mundo dentro de um espelho em Alice Através do Espelho.

Arhurian: são histórias contadas no mundo do Rei Artur, na lendária Camelot. Exemplos famosos são A Espada na Pedra, de T.H. White, e a saga As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley.

Bangsian: é relativa principalmente a um autor do século 19, John Bangs, e lida basicamente com histórias sobre o além-vida.

Celtic: é criada a partir do vasto conhecimento dos celtas, vindos principalmente, mas não somente, da Irlanda. Como exemplo a série Sevenwaters de Juliet Marillier.

Christian: costuma ser um subgênero mais raro, em parte porque muitos “crentes” oficialmente intimidam toda a questão da fantasia, assim como os especialistas do gênero também o evitam. Muitas novelas de C.S. Lewis poderiam entrar nesta classificação.

Comedic: é um subgênero relacionado ao humou e/ou à sátira. Os livros de Terry Pratchett da série Discworld são um bom exemplo.

Contemporary: aqui as criaturas mágicas estão escondidas entre nós. Essas histórias são desenvolvidas nos tempos atuais, com situações estranhamente familiares. Os livros de Neil Gaiman, Deuses Americanos e Lugar Nenhum dão uma ideia do que é Contemporary Fantasy.

Court Intrigue: é um subgênero definido pelas histórias que acontecem em castelos da realeza, com algum viés histórico (mas com magia), ou em algum mundo alternativo. A série de George R.R. Martin, As Crônicas de Gelo e Fogo, é um bom exemplo do estilo.

Dark: suas histórias costumam se interligar e sobrepor com horror ou até mesmo com uma atmosfera mais gótica.

Dying Earth: é um pouco literal, e as histórias se desenvolvem no cenário do fim/destruição do planeta. Normalmente a humanidade é cercada por tédio e certa descrença, enquanto o mundo se desfaz. Apesar de a narrativa de George R.R. Martin em A Morte da Luz não se passar necessariamente na Terra, ela aborda o tema do fim de um planeta.

Erotic: como o nome diz, os livros contém um forte elemento sexual. Apesar de a série Trilogia das Jóias Negras, de Anne Bishop, ter uma forte aproximação com o estilo Dark, ela também poderia entrar nesta categoria.

Heroic: é centrada em um herói conquistador, ou um “bando” de heróis; ainda que eventualmente o esteriótipo do gênero heróico seja desenvolvido com vilões perdoáveis e protagonistas falhos.

High ou Epic: é considerada por muito leitores o coração e a essência do gênero de Fantasia. Mundos inteiros são criados, com longas histórias e estilos de vidas vívidos, além de uma longa lista de personagens. O Senhor do Anéis, obra máxima de Tolkien, domina completamente este subgênero. Outro bom exemplo é a série A Roda do Tempo, de Robert Jordan.

Historical Fantasy: é a resposta do gênero para a ficção histórica. Um período específico da história da Terra se torna o cenário, mas com elementos fantásticos misturados. Um bom exemplo é a série de Guy Gavriel Kay, Tigana.

Historical High Fantasy: é uma variação do subgênero Historical, em que as histórias são vastas e tão detalhadas que se assemelham à High Fantasy.

Juvenile: é uma categoria abrangente, que se sobrepõem com os gêneros Infantil e Young Adult, em que as histórias são escritas para uma audiência mais jovem. O Hobbit, de Tolkien, e O Mágico de Oz de L. Frank Baum são exemplos perfeitos.

Low Fantasy: também é uma categoria abrangente e descritiva. Suas histórias são escritas sem as paisagens arrebatadoras e o heroísmo mais sério em uma clara oposição, talvez não necessariamente consciente, do subgênero High Fantasy. Alguns ligam o estilo ao subgênero Sword & Sorcery. Em outra definição, Low Fantasy é visto como histórias que se passam em um cenário mais comum, com menos magia.

Medieval: é definida por seu nome, e é um subgênero em que as histórias são desenvolvidas neste período, entre o “arcaico” ou o mundo Arturiano e  a era industrial moderna. Elas são repletas de cavaleiros e patifes, normalmente junto com feiticeiros e dragões. Muitos dos subgêneros de Fantasia, ambientados na Terra ou em qualquer outro mundo, possuem uma sensação “pseudomedieval”, com a descrição do cenário ou das vestimentas.

Mythic: é uma vasta categoria. Em geral as histórias são desenvolvidas em “nossa” Terra e incorporadas com mitos existentes. Os Filhos de Anansi, de Neil Gaiman, e toda a série de Percy Jackson, de Rick Riordan são ótimos exemplos deste estilo.

Quest: envolvem somente a realização de uma missão. É uma categoria descritiva, em que o protagonista está envolvido em alguma missão perigosa e envolvente. O livro A Primeira Regra do Mago, de Terry Goodkind é um bom exemplo desse tipo de subgênero.

Romantic: é a incorporação dos temas que normalmente envolvem os gêneros Fantasia e Romance, normalmente são comercializados como “romance paranormal”.

Science Fantasy: é um subgênero onde a alta tecnologia costuma se sobrepor ou coincidir com elementes comuns à fantasia tradicional. A série Darkover, de Marion Zimmer Bradley é um exemplo.

Steampunk: assim como o Science Fantasy, é um estilo que incorpora elementos tecnológicos com fantasia. A questão aqui é que a tecnologia é normalmente movida a vapor e pode ser capaz de feitos fantásticos, quase mágicos. O livro A Corte do Ar, de Stephen Hunt, é um exemplo icônico. Alma?, de Gail Carriger, também possui elementos steampunks na história.

Superhero: seja em filmes, quadrinhos ou em livros, personagens como Superman e Thor são familiares para muitos leitores. Alguns autores costumam criar seus próprios super-heróis, incorporando esteriótipos conhecidos. Os protagonistas podem receber suas habilidades especiais de magia, tecnologia ou qualquer outro artifício, e usualmente eles excedem qualquer coisa que a ciência acha plausível.

Sword & Sorcery: as histórias são incorporam o aspecto de ação ininterrupta relacionado com a fantasia, com “poderosos bárbaros” atravessando um campo sangrento em seus mundos “pseudomedievais”. Os livros de Robert E. Howard que contam as histórias de Conan, O Bárbaro são, talvez, os tomos fundadores do gênero.

Urban Fantasy: essas histórias são ambientados em um cenário moderno e urbano. Lobisomens vivem em estações abandonadas do metrô, ou fadas se escondem em pequenos espaços nos domitórios dos campus de faculdade. Os livros da série Sookie Stackhouse, de Charlaine Harris, são bons exemplos do estilo.

Vampire: originalmente este subgênero pertencia a categoria de horror, e muitos livros ainda se encaixam lá. Entretanto, muito livros recentes foram sobrepostos com os gêneros Romance e Young Adult, e suas histórias talvez se encaixem melhor na “seção” de Fantasia. Em geral, cada autor cria suas regras sobre o estilo de vida dos vampiros, suas habilidades e fraquezas. Exemplos icônicos do gênero são os livros Drácula, de Bram Stoker, e O Vampiro Lestat, de Anne Rice.

Fonte: http://www.parafraseandolivros.com.br/2014/10/semana-fantastica-id-subgeneros-de-fantasia/


Em breve informações dos outros gêneros da literatura fantástica: Ficção Científica e Terror... Abraços ;)