Ficção Científica
A Ficção Científica costuma ser definida como um gênero literário que engloba histórias fictícias, mas que se propõem a fantasiar sobre algo possível, mesmo que não o seja no presente. Entretanto, a ficção científica pode estar presente em histórias, filmes, livros e etc. que pertencem a outro gênero como romance, terror, ação. Basta considerar os sucessos de Hollywood como Alien e Predador classificados como filmes de terror, mas que apresentam muita ficção científica.
Seja como for, os precursores da ficção científica foram, sem sombra de dúvidas: H. G. Wells e Júlio Verne que disputam páreo a páreo o título de “pai da ficção científica”, e Mary Shelley, a mãe inconteste deste gênero que exige cabeças abertas e zero preconceito para a apreciação de novas e ousadas idéias.
Foram de H. G. Wells, por exemplo, as primeiras histórias sobre viagens no tempo (A Máquina do Tempo), invasões extraterrenas (A Guerra dos Mundos) e super heróis (O Homem Invisível), embora este último tipo de histórias se confunda um pouco com as ficções fantásticas (quando o roteirista ou escritor, com todo direito, “viaja na maionese” e cria histórias ou situações que, comprovadamente, não podem ser reais, ou onde, pelo menos, não há a preocupação de afirmar a viabilidade real destes acontecimentos) e tenha suas raízes em histórias mitológicas como as de Hércules. Júlio Verne, por sua vez, inaugurou as histórias sobre viagens para fora da terra (Viagem a Lua) e viagens espetaculares aqui mesmo, na terra (Viagem ao Centro da Terra ou Vinte Mil Léguas Submarinas), e Mary Shelley, as histórias sobre criaturas especiais ou monstrengos (Frankenstein).
H. G. Wells parece ganhar o páreo com maior número de influências, mas é que Verne chegou primeiro. De qualquer forma, o fato é que a ficção científica está sempre lado a lado com a ciência. Em 1865, por exemplo, Júlio Verne levou o homem à lua. Assim como a NASA fez em 1969 com Neil Armstrong.
O termo “ficção científica” surgiu em 1929 das idéias de Hugo Gernsback, o mesmo que criou a lendária “Amazing Stories”, uma publicação especializada que ganhou até uma série homônima na televisão. Na década de 50 o termo “Sci-Fi”, abreviaturade “science fiction”, ganhou fama nos EUA.
Fonte: http://www.infoescola.com/generos-literarios/ficcao-cientifica/
Subgêneros
Hard SciFi: algo como ficção científica pura, pois trata de uma ciência pura, fortemente baseada na ciência experimental. Caracteriza-se por ser detalhista e mais real. Alguns autores hoje trabalham com a Hard em estrelas de nêutrons, projetos imensos com tecnologia avançada mas plausível. Em geral, a condição humana não é o foco.
Soft SciFi: ao invés de focar na ciência pura e experimental, a Soft tem foco nas relações entre as pessoas, nos sentimentos e na interação entre elas, enquanto a ciência não tem tantos detalhes.
Social SciFi: foca na sociedade humana, nas complexidades de suas interações e menos em tecnologia, podendo acontecer na Terra ou fora dela.
Cyberpunk: Tem um visual noir, quase gótico, com histórias policiais, muitas delas centralizadas na Terra e não fora, trabalhando com humanos. Em geral as sociedades são altamente dependentes da tecnologia e a acoplam em seu corpo. Personagens marginalizados, no formato anti-herói são comuns, sendo um gênero quase que de protesto contra as sociedades utópicas do estilo Jornada nas Estrelas, uma espécie de contra cultura, com muito eletrônico, sujeira tecnológica e personagens moralmente ambíguos. O melhor exemplo deste gênero é Neuromancer, de William Gibson.
Biopunk: onde existe toda uma biologia sintética, baseada em genética e transgenômica; diferente do cyberpunk em que eles alteram seus corpos com a tecnologia da informação, os biopunks alteram pela mutação genética.
Steampunk: uma ficção científica no passado, com tecnologia baseada em máquinas a vapor, visual vitoriano, noir e romântico, como se voltasse às raízes de Mary Shelley e Júlio
Verne.
Dieselpunk: uma ficção científica no passado próximo, baseado em tecnologias movidas a
combustível, como o diesel. Seu visual é, especialmente, baseado no período entre grandes guerras mundiais.
Pós-cyberpunk: surgido nas últimas duas décadas, onde a diferença é que os personagens são pró sociedade e não seus párias.
Distopia: É o contrário das utopias, aquelas sociedades perfeitas e sem desigualdade. Uma ficção científica distópica tem como principais características o totalitarismo, ditaduras, perseguições políticas, um controle excessivo da máquina estatal sobre a sociedade. Elas são muito próximas da sociedade atual e agem como uma ferramenta de crítica ao estilo vigente de controle da mídia e do consumo.
Pulp Fictions: É uma ficção científica feita em revistas cujo papel é de baixa qualidade (de polpa de celulose, por isso pulp). São tidas com entretenimento rápido, divertidas, algumas absurdas, ou de qualidade duvidosa. Foram as precursoras das séries de televisão, visto que foram a principal diversão dos jovens nos anos 40 e 50. Com o aumento nos custos na produção de papel, este tipo de ficção científica quase desapareceu, mas sobreviveu nas histórias em quadrinho atuais e em edições de menor formato.
Space Opera: São as novelas espaciais. Este gênero enfatiza a aventura romântica, cenários exóticos e personagens épicos, muitas vezes recheados de personagens sensuais e alienígenas. Em geral, se situam em planetas distantes, mas o início foi marcado por paisagens exóticas na Terra, como na África, com um estilo de Velho Oeste. É comum neste gênero as leis da física serem ignoradas ou quebradas, recheadas de ação e combates. Ela enfatiza principalmente as viagens espaciais, como Stargate Universe, e pode ser confundida muitas vezes com o romance planetário, que por sua vez se concentra em um planeta específico ou que contenham civilizações esquecidas.
Apocalíptica e pós-apocalíptica: Aqui existem dois tipos. A Apocalíptica se concentra no fim da civilização por motivos diversos (pandemia, impactos de meteoros, catástrofe nuclear ou cibernética, desastre ecológico ou algum outro tipo de evento). E por motivos óbvios, o pós-apocalíptico é o que acontece com a sociedade depois da catástrofe e como ela vai se reconstruir, focando nos personagens, no impacto da destruição sobre os sobreviventes. Às vezes há uma fusão deste gênero com as Distopias e ficaram populares com o clima gerado pela Segunda Guerra.
Dying Earth: Terra agonizante numa tradução livre, algo como fim da Terra numa tradução menos precisa, pois envolve o fim do planeta, em geral num futuro muito distante, onde não há mais esperança em geral porque as leis da Física foram quebradas ou algum evento altamente catastrófico, como a explosão do sol não pode ser evitada. É um dos tipos mais antigos de ficção científica, explorando a relação entre as pessoas e os sentimentos contraditórios causados pelo evento iminente.
Ficção Científica Mundana: É um gênero recente, citado pela primeira vez em 2002 por um movimento de escritores. O enredo se passa na Terra ou perto dela, sendo baseadas na ciência vigente no momento em que foram escritas. Características comuns na ficção científica como viagens espaciais, colonização de planetas, alienígenas, guerras espaciais e etc., não são exploradas neste subgênero. A websérie Pioneer One se encaixa neste estilo.
Viagens no tempo: Um gênero já antigo e cristalizado na ficção científica, podendo ser encontrado no início das obras, em especial com H. G. Wells e com Charles Dickens. Gira em torno do conceito de que é possível viajar entre pontos diferentes do tempo e espaço, enviar pessoas e objetos, alterando assim o passado e consequentemente o futuro. Em geral possui algum dispositivo de viagem no tempo, uma máquina, e pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal.
Ficção Científica Militar: Subgênero onde os principais personagens são militares ou existe uma guerra de grandes proporções acontecendo no espaço ou em planetas que não sejam a Terra, bem longe dela normalmente. É bastante semelhante aos ambientes das grandes guerras humanas, onde países são substituídos por planetas inteiros e os cenários são grandiosos, com imensas naves e bombardeios. O senso do dever, a honra das patentes, a defesa da pátria são comuns. Um exemplo deste gênero é o jogo para PC Starcraft.
Superheróis: Este é um subgênero muito comum e que teve sua origem nos quadrinhos e nos pulp fictions. Um ser, em geral de outro planeta, tem como objetivo proteger o público e a raça humana. Alguns são terrenos e foram modificados genética ou fisicamente, como o HomemAranha e o Wolverine. Podem ter ou não superpoderes, como o Batman, mas se apóiam na ciência e na tecnologia para cumprir seu dever, combater o crime e manter a ordem, em geral tendo inimigos tão poderosos quanto eles. Possuem roupas e equipamentos customizados, um quartel general, uma história trágica no passado, uma fraqueza que pode ser explorada e uma namorada, viva ou não, que não entende sua condição.
Alienígenas e mundos aliens: Também chamado de exobiologia, lida com ambientes extraterrestres, com seres inteligentes ou não, tendo contato com humanos para o bem ou para o mal, vindo ou não à Terra ou humanos encontrandoos em missões e viagens pelo espaço profundo. É possível encontrar o subgênero relacionado a outros. Ganhou importância com os eventos dos OVNIs e do Caso Roswell, no Novo México, EUA, em 1947.
Colonização: É muito comum vermos enredos, como Defiance, onde a Terra é colonizada ou ocupada por aliens. Mas este subgênero fala de missões de colonização humanas para outros mundos, que relatam as dificuldades de se ocupar novos locais. Vários motivos levam à colonização como problemas ambientais, aquisição de recursos, ameaças de extinção, pura exploração e descoberta científica.
Cli-fi: Este é um subgênero recente. Ele surgiu decorrente das mudanças climáticas globais, enfatizando aquelas que seriam supostamente causadas pela ação antropogênica, ou seja, pela ação humana. Os autores costumam situar seus enredos no presente e no futuro, mas também existem enredos desenvolvidos no passado, entrelaçados com o Steampunk. Também existem aqueles que questionam se estas mudanças estão acontecendo de fato ou não.
Afrofuturismo: Outro subgênero recente, que combina elementos de ficção científica, ficção história, fantasia, afrocentricidade e realismo mágico com as cosmologias não-ocidentais, de uma maneira a criticar os dilemas atuais das pessoas de cor. É também uma maneira de revisar, interrogar e reexaminar os eventos históricos importantes do passado, como a Diáspora Negra. Um bom exemplo de autora afrofuturista foi Octavia Butler.
Ficção Científica Feminista: Como a ficção científica é um gênero majoritariamente criado por homens para um público também masculino, surgiu nos Estados Unidos uma vertente encabeçada por mulheres como Octavia Butler, Ursula K. Leguin, que pretendia quebrar essa hegemonia e tratar da ficção científica por uma perspectiva feminina. Infelizmente, isso também abriu a oportunidade para que obras misândricas surgissem, ou seja, aquelas que subjugavam o gênero masculino, subvertendo o sentido moderno de feminismo que é o fim do machismo e do sistema patriarcal.
Fonte: http://www.momentumsaga.com/2011/04/afinal-o-que-e-ficcao-cientifica.html
:) Abraços e ateh o próximo post.
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